Gandolfo: A classificação das afasias em questão: lugares de institucionalização e de questionamento

O objetivo deste trabalho é problematizar as classificações das afasias
de duas maneiras: 1) analisando a vigência da semiologia neurolingüística e
suas implicações práticas; 2) avaliando lugares institucionais de preservação e 
questionamento da classificação das afasias sendo eles: a academia e clínica.
O objetivo é entender sua vigência, a despeito das refutações de várias ordens
e de várias evidências empíricas que a questionam. Faz parte deste trabalho
colocar em foco os limites e alcances do método clínico, em relação ao
entendimento teórico e à conduta terapêutica no campo da afasiologia.
Assim, tendo em vista o discurso destes dois ambientes, o da academia
e o da prática clínica (o metadiscurso científico clínico sobre a classificação),
verificamos como é que uma lingüística não estruturalista, ou pós-
estruturalista, tem se comportado em relação a semiologia das afasias.
Admitindo que a teoria sócio-cognitiva é a que vai de acordo com a concepção
de linguagem que considera a relação da língua e sua exterioridade como um
fenômeno em construção, as bases explicativas dos fenômenos lingüísticos
mudam e, consequentemente, muda a maneira de fazer ciência, o movimento
das teorias das idéias, como, também, o método científico utilizado para se
chegar a uma classificação das afasias de modo que, fazer ciência passa a se
fundamentar em outras bases. 

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"All testing, all confirmation and disconfirmation of a hypothesis takes place already within a system. And this system is not a more or less arbitrary and doubtful point of departure for all our arguments; no it belongs to the essence of what we call an argument. The system is not so much the point of departure, as the element in which our arguments have their life."
- Wittgenstein

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"Le poète ne retient pas ce qu’il découvre ; l’ayant transcrit, le perd bientôt. En cela réside sa nouveauté, son infini et son péril"

René Char, La Bibliothèque est en feu (1956)


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