Marvin Farber: Edmund Husserl e os fundamentos de sua filosofia

Nenhum assunto na filosofia recente alcança a confiança suprema com a qual Husserl anunciou o começo triunfante de uma nova ciência da filosofia, uma disciplina "absoluta" alcançada através de um método cuidadosamente elaborado. Essa ciência era muito avançada, assim como os resultados realmente positivos dos esforços filosóficos da época. De fato, os filósofos que o antecederam foram classificados por Husserl como não correspondentes aos ideais da fenomenologia. Reside aí algo de admirável e heroico sobre o tom de Husserl e sua opinião não precipitadamente avançada. Mais de cinquenta anos de reflexões consecutivas e trabalho incessante, que resultaram em numerosos exemplos de análises descritivas, justificam a necessidade de saudar suas reivindicações, ouvindo com atenção seus argumentos. O pensamento e as contribuições de um dos mais argutos e completos filósofos do último século merecem uma atenção bem maior do que a que tem recebido. Considerar seu trabalho é necessário em razão da insistência de Husserl de que sua filosofia ainda é desconhecida2 e de seus repetidos protestos por ser mal interpretado. O fato de que Husserl raramente responde seus críticos tem dificultado ainda mais a compreensão do público filosófico em geral sobre a relevância de seu trabalho. Para muitos ele era firme demais, não importando críticas a favor ou contra, o que acabou gerando interpretações errôneas. Publicações importantes feitas nos últimos anos de sua vida incluíram duas respostas a esses críticos, sendo que foram as únicas mais elaboradas desde sua resposta a Palagyi em 1903. Agora é possível analisar e apreciar a filosofia fenomenológica mesmo que muitos manuscritos nunca tenham sido publicados3 . Estes textos contêm um material muito valioso que, sem dúvida, enriquecerá e modificará o entendimento sobre o método fenomenológico. Assim, a recente publicação de Husserl, Erfahrung und Urteil4 tornou-se reveladora, acrescentando muito ao entendimento sobre a sua filosofia da lógica. Por essa razão, é correto afirmar que Husserl publicou o suficiente para favorecer uma justa apreciação de sua filosofia, estabelecendo um ponto de partida para trabalhos futuros bastante frutíferos em conjunto com linhas fenomenológicas.

Para tanto, é necessário analisar sua filosofia de maneira objetiva, sem um pensamento restrito ou vínculos teóricos pessoais. Isso significa que é preciso estar preparado para reconhecer avanços positivos feitos por Husserl na filosofia e em ciências distantes como a psicologia, além de empenhar-se para apurar se todos os elementos do seu pensamento são coerentes com seus preceitos declarados. Um interesse especial é a forma final do idealismo representado pelo último sistema de fenomenologia transcendental, o qual revela os limites, bem como os méritos, do modo subjetivo do procedimento filosófico. A atenção renovada ao método na filosofia torna a análise da fenomenologia bastante pertinente; sendo assim o grande desenvolvimento da teoria lógica é necessária para colocar a fenomenologia em conexão com esta, prevendo possíveis reações mútuas. Atenção especial deve ser dada às contribuições lógicas de Husserl, por serem muito significativas considerando-se as dúvidas e dificuldades análogas aos problemas existentes na época das Investigações Lógicas5 .

Assim como o enigma proposto pelo pensamento de Husserl, e que pode ser melhor solucionado aproximando-se do seu desenvolvimento, este artigo enfatiza algumas das influências que antecederam seu pensamento e pontua as fases de seu trabalho. Não será possível fazer jus a todas essas influências: Husserl deriva de uma história inteira da filosofia e, sem dúvida, deve muito e indiretamente a todos os pensadores que nunca foram mencionados explicitamente em suas obras. Portanto, é suficiente para os nossos propósitos, chamar atenção para a controvérsia da qual Husserl é famoso - a questão da relação entre psicologia e filosofia (em especial a lógica) e indicar, mesmo que apenas mencionando nomes, as influências mais importantes sobre o seu pensamento conforme admitido pelo próprio Husserl.

FARBER, Marvin. Edmund Husserl e os fundamentos de sua filosofia. Rev. abordagem gestalt. [online]. 2012, vol.18, n.2 [citado  2019-06-30], pp. 235-245 . Disponível em: . ISSN 1809-6867.

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Michel Foucault: Espacio, Saber y Poder (1982)

Space, Knowledge and Power”, entrevista realizada en 1982 y publicada en Paul Rabinow , The Foucault Reader, Nueva York, 1984. A quí se publica de acuerdo a la versión francesa, traducida por Pablo Blitstein y Tadeo Lima

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Michel Foucault in Hamburg

Stuart Elden reproduced the plaque about the stay of Foucault in Hamburg, with a translation by Melissa Pawelski:

As Director of the Institut Français lived and worked in this building from October 1959 until September 1960 the French philosopher
Michel Foucault
(1926-1984)
He organised for the Institute a wide-ranging cultural programme with lectures, film, theatre and music nights, readings and official receptions. Foucault brought “L’école des veuves” by Jean Cocteau to the stage, received amongst others Roland Barthes and Alain Robbe-Grillet as his guests. His courses for the University of Hamburg took place in this building too. Foucault also started his explorations of the city and his wanderings through the (gay) district of St. Pauli. He finished the manuscript of his first great book “Histoire de la folie” during this year in Hamburg as well as his French translation of Kant’s “Anthropologie in pragmatischer Hinsicht” (1798). Foucault’s stay in Hamburg marks the end of his years of doctoral research and time spent abroad in the first instance; it was the year of his public breakthrough in France, which was followed by a world-wide career.
Another good reference on Elden's text is an article about the stay of Foucault in Hamburg.

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"All testing, all confirmation and disconfirmation of a hypothesis takes place already within a system. And this system is not a more or less arbitrary and doubtful point of departure for all our arguments; no it belongs to the essence of what we call an argument. The system is not so much the point of departure, as the element in which our arguments have their life."
- Wittgenstein

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"Le poète ne retient pas ce qu’il découvre ; l’ayant transcrit, le perd bientôt. En cela réside sa nouveauté, son infini et son péril"

René Char, La Bibliothèque est en feu (1956)


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