Carmen Peraita: A vida fáctica em Heidegger: além da representação

Peraita, C. A vida fáctica em Heidegger: além da representação. Controvérsia - Vol. 5, n° 2: 77-86 (mai-ago 2009)
Faz-se necessário precisar, dada à amplitude e complexidade do pensamento de Heidegger, que este trabalho se centre exclusivamente em sua primeira época como docente em Friburgo (que tem demonstrado tão fecunda e decisiva) e que toma em consideração os cursos e escritos correspondentes a tal período.

Esta comunicação quer manter-se no marco das concepções e narrativas do sujeito. Se não sempre, pelo menos em seus primeiros anos, Heidegger dedicou seus esforços (desde
impulso proporcionado pela filosofia da vida) a proporcionar uma interpretação nova e radical do Dasein humano. É certo ainda que, em seus primeiros escritos, refere-se explicitamente ao ser si mesmo (Selbstsein) e, portanto, ao sujeito. Logo abandona esse tipo de denominação, motivado pelo desejo de evitar a dialética ocidental: sujeito-objeto. Ainda que considerando as restrições oportunas, seria possível (pelo menos em ordem do diálogo) entender sua hermenêutica da facticidade como única concepção ou narrativa do Dasein humano.

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"All testing, all confirmation and disconfirmation of a hypothesis takes place already within a system. And this system is not a more or less arbitrary and doubtful point of departure for all our arguments; no it belongs to the essence of what we call an argument. The system is not so much the point of departure, as the element in which our arguments have their life."
- Wittgenstein

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"Le poète ne retient pas ce qu’il découvre ; l’ayant transcrit, le perd bientôt. En cela réside sa nouveauté, son infini et son péril"

René Char, La Bibliothèque est en feu (1956)


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